segunda-feira, 11 de maio de 2009

Não quero ver ninguém!!
Não quero nada, não quero absolutamente nada!
Quero meu quarto escuro, minha cama quente e meu travesseiro fofo
E chorar


Chorar chorar e chorar
A fim de lavar tudo que está engasgado
Fincado no peito
Preso na alma

Não, na verdade não quero isso.
Não dessa forma solidária.
Quero minha mãe.
A coisa mais manjada e infantil do mundo: EU QUERO A MINHA MÃE

Quero deitar no colo dela, chorar sem parar
Quero lamentar minhas derrotas
Sangrar meu desespero
Rasgar toda a dor que há dentro do meu ser

Quero aquela voz doce me consolando
Aqueles olhos zelosos dizendo que tudo ficará bem
A mão tranquilizante por meus cabelos
O abraço acolhedor, aquele que uma vez envolta nele, ninguém nessa merda de mundo me atingirá

Cansei de fingir ter uma estrutura que não tenho.
Cansei de vestir máscaras.
Nos seus braços eu sou eu mãe!
Sou eu sem condições ou limites!
Sofro! Grito! Esperneio!

E me acalmo.
Volta a racionalidade.
Volta a pessoa que o mundo quer ver.
Mais um dia, mais um teatro.