quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Eu e o Amor

Quero continuar cega, pois assim enxergo as borboletas dentro da minha cabeça. E não me esqueço o quão coloridas e graciosas são.
Não sinto o cheiro de nada e assim quero permanecer, afinal a podridão não alcançará minhas narinas.
Tatear objetos já não me é possível. Que seja assim. O contato com o palpável tiraria a minha bela visão do abstrato.
Para que serve a audição sendo que a música que toca em minha volta é bem mais agradável que qualquer voz humana que possa me puxar à realidade!
Se a brisa é quente ou fria não posso afirmar. Há tempos que não tenho noção de sensibilidade.
Quero um chocolate amargo. Na minha boca, ele será o mais doce de todos.
e por favor, me deixe assim.
Por mais idiota que pareça, permita-me isso, pois estes são os sintomas de amar.
Sou cega, perdi o olfato, a sensibilidade. Não escuto e meus sentidos estão trocados.
Não me julgues doente ou louca.
Apenas amo.
Amo incondicionalmente, de forma que perdi juízo. Ainda sim, para que preciso de realidade? Por que queres que eu veja o mundo como tu vês?
Guerras, tragédias, mortes, sentimentos negativos... E me tens como louca só porque amo?
Não me julgues. Carrego dentro de mim mais puro e verdadeiro dos sentimentos. Não faço mal a ninguém. Muito menos a mim.
Simplesmente amo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Incertezas

Do que são feitas? Quem as cria? Por que saltam na minha cabeça?
Quietas! Por que aparecem agora? Por que não me deixam dormir?
Não, querida! Não quero saber como serei daqui há dez anos. Pouco me importa se estarei casada, solteira ou viúva.
Hei você! Me deixe! Filhos? Se os terei? Que os tenha! E que tenham os nomes que eu idealizei por toda uma vida!
Amor? Profissão? Casa ou apartamento? Carro nacional ou importado? Que me importa saber disso! De que me adianta querer adivinhar o futuro se mal sei administrar o presente!
Por que vocês, amigas incertezas, insistem em me assombrar sendo que meu único desejo neste momento é dormir? Hum??
SILÊNCIO! Agora mesmo!! Saiam da minha cabeça! Voltem num momento mais adequado.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pessoas Especiais

Nessa coisa louca que se chama vida, muitas pessoas passam. Poucas são aquelas que se fazem presente e se mantêm pelo futuro a fora. Outras, você nunca mais verá, porém sempre lembrará com carinho devido aos momentos quem viveram juntos.
Na verdade, elas são especiais. Cada uma de uma forma. Você sabe que as amou de formas diferentes. Umas mais, outras menos. Mais amou.
Amou aquela que te fazia rir nos dias cinzentos. Amou aquela com melhor abraço.
Amou aquela que te acompanhava nas baladas. Aquela que parecia com você em muitos aspectos e até mesmo aquela que não se parecia em nada com você.
Amou as de gênio forte e as de gênio nem tão forte assim. Amou aquela que comia tudo que via pela frente com você. Amou as que estavam longe, pois o amor era tamanho que pareciam estar próximas.
Nunca esqueceu aquela que secava as suas lágrimas. Aquela que te ouvia e aconselhava, e até mesmo aquela que conseguia te encantar com um simples sorriso.
Umas pareciam ter um elo de outra vida com você. Afinidades, jeitos e trejeitos parecidos. Uma ligação que as palavras não conseguiam definir. Em contra partida, você também soube amar aquelas que eram o seu oposto.
Para as pessoa que você não as vê, não se engane. Não pense que as deixou de amar. Você as ama. Aquele momento nostálgico que bate de vez em quando e que faz você rever fotos e vídeos antigos nada mais é que uma demonstração de afeto. Saudade de um tempo bom, que certamente não voltará mais. Saudade da significância que aquela pessoa trouxe à sua vida, das experiências trocadas e de como ela agregou ao que você é hoje.
Ainda sim, o tempo pode fazer coisas inexplicáveis. O destino pode surpreender você e aquela pessoa. Seus erros ou os dela ou o erro de ambos os lados podem fazer as coisas se desgastarem. O sentimento pode até morrer, mas o passado, este ninguém apaga. E ainda que vocês não se amem mais, o respeito por um ter feito parte da vida do outro permanecerá, fazendo com que vocês ainda sejam pessoas especiais.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

E aí, já disse eu te amo hoje?

Não sei qual a dificuldade de dizer eu te amo quando se ama alguém. Muitos pais não tem o hábito de dizer a seus filhos que os amam. A criança acaba crescendo inibida e tem medo ou vergonha de pronunciar as três palavrinhas mágicas.

Muitas pessoas tem medo de dizer eu te amo por insegurança. Sabe lá Deus se estarei com aquele cara amanhã!
Mas aí pergunto: Independentemente do que possa acontecer, o que levamos dessa vida? O que ficará na mente das pessoas quando morrermos? Não serão as coisas boas que fizemos? As coisas que dissemos? Os momentos bons que proporcionamos a elas?

Já disse eu te amo hoje?

Se as pessoas se preocupassem mais com o agora e não com o depois, o mundo não seria tão frio.

Já disse eu te amo hoje?

Já pararam pra pensar no bem que essas palavras podem fazer a alguém?
Já pensou que você pode fazer seu amigo, sua mãe, pai, enfim, outra pessoa qualquer, muito mais feliz ao ouvir isso de você?

Já disse eu te amo hoje??

O ser humano é burro. Só aprende quando leva um tapa na cara.
Muitas pessoas só entendem o valor dos sentimentos ou até mesmo começam expressá-los quando perdem alguém próximo.
Outras, nem isso.
Precisei perder alguém para amolecer. E o convívio com pessoas queridas me ensinou a ser quem eu sou hoje.
Mas e você? Vai esperar que sua mãe morra para se arrepender de não ter dito que a amava? Que a ama?


Já disse eu te amo hoje???

Faça brotar um sorriso
Ou quem sabe, talvez, uma lágrima
Faça uma alma se encher de alegria
Faça um dia mais feliz
Faça bem a você mesmo


E aí, já disse eu te amo hoje?????

Diga. Amanhã poderá ser tarde demais.


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Olhei no fundo dos seus olhos
E sorri enquanto os meus marejavam
Tentei buscar o amor que você diz sentir
A importância que falas que eu tenho
Mas não encontrei nem um, nem outro
Te abracei. Queria sentir de novo aquele calor.
Queria me sentir protegida envolta nos seus braços
Aqueles que me disseram por tantas vezes que no fundo tudo daria certo
Que o final seria feliz
Não vejo mais nosso final feliz.
Não acredito mais no nosso final feliz
E isso sangra. Cada poro do meu corpo sai uma gota de sangue
Misturada com a dor de um coração partido
Um coração que força o cérebro a te esquecer
Que tenta esconder o que eu sinto por você
Que numa tentativa inútil e desnecessária não consegue te abandonar
Então me abandone!
Me deixe livre.
Liberte parte da minha alma.
Pois a outra parte foi e sempre será sua
Grite que não me ama mais
Olhe nos meus olhos e ponha um fim nisso
Assim sofrerei tudo que tenho para sofrer
E tentarei viver.
Mesmo sem você.
Mesmo sem o seu amor.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Queria muito, mas muito mesmo
Que a vida tivesse sido mais justa conosco
Ou que tivéssemos sido mais justos um com o outro.
Confesso que errei. Confesso que cobrei demais de você.
Não guardei minhas emoções, não controlei meus sentimentos
Mas não fiz nada disso de caso pensado
Queria apenas sua atenção
Queria que você me enxergasse
Quis por longos anos o seu amor
E briguei por ele.
MUITO
Talvez da pior maneira. De forma desgastante, dolorida para ambos
Mas lutei por você
Colocar a culpa em você?
Do que adiantaria?
Mas por que você não me abraçou quando precisei?
Por que não me ouviu quando o mundo não queria me ouvir?
Olho para o passado e sabe o que eu sinto?
Dor. Mágoa. Vazio.
Não consigo tirar proveito de nossas experiências passadas
Ainda não sei quem errou mais:
Eu, a criança que tinha muito o que aprender
Ou você, o adulto experiente e vivido.
Não serei hipócrita
Não direi coisas bonitas ou politicamente corretas
Mas você não é meu herói
Muito menos patamar para alguma coisa
Pois nunca quis ser como você.
E muitas coisas suas que estavam de mim, eu simplesmente as apaguei.
Mas a genética está aqui. E isso é inevitável.
Isso não posso apagar.
Está em mim e passarei adiante
Sei perdoar, mas não sei esquecer
Te perdoei por tudo
Assim como você também deve ter feito o mesmo
Mas nós dois e apenas nós dois sabemos que a ferida está lá
Em algum canto dos nossos corações
E que sempre fisgam num dia frio
Mas veja o lado engraçado da vida.
Veja como estamos agora
É difícil acreditar no que vou dizer a seguir, mas...
Sabe qual é a coisa que mais gosto em você?
O fato de você simplesmente não dizer nada
O fato de simplesmente poder ter você do meu lado no carro
Aquele sorriso parado no rosto e nós dois quietos, com óculos escuros na cara
Gosto do nosso silêncio. De não sufocarmos um ao outro.
Dos nossos palavrões. Da nossa ausência de censura.
Dos nossos risos. Da escassez dos nossos poucos e bons momentos.
Então é isso? Envelhecemos e amadurecemos?
Eu não te cobro e aceito o seu tempo
Você não me cobra e espera que eu tome minha decisão
Achamos um equilíbrio, finalmente?
Talvez sim, talvez não
Respotas que só o tempo trará
Tenho certeza apenas de duas coisas:
Por algum motivo a vida nos afastou. Mas eu te amo apesar de tudo.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Não quero ver ninguém!!
Não quero nada, não quero absolutamente nada!
Quero meu quarto escuro, minha cama quente e meu travesseiro fofo
E chorar


Chorar chorar e chorar
A fim de lavar tudo que está engasgado
Fincado no peito
Preso na alma

Não, na verdade não quero isso.
Não dessa forma solidária.
Quero minha mãe.
A coisa mais manjada e infantil do mundo: EU QUERO A MINHA MÃE

Quero deitar no colo dela, chorar sem parar
Quero lamentar minhas derrotas
Sangrar meu desespero
Rasgar toda a dor que há dentro do meu ser

Quero aquela voz doce me consolando
Aqueles olhos zelosos dizendo que tudo ficará bem
A mão tranquilizante por meus cabelos
O abraço acolhedor, aquele que uma vez envolta nele, ninguém nessa merda de mundo me atingirá

Cansei de fingir ter uma estrutura que não tenho.
Cansei de vestir máscaras.
Nos seus braços eu sou eu mãe!
Sou eu sem condições ou limites!
Sofro! Grito! Esperneio!

E me acalmo.
Volta a racionalidade.
Volta a pessoa que o mundo quer ver.
Mais um dia, mais um teatro.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

E o que era sólido ruiu
Esfarelou-se
Virou pó
O inabalável se abalou
Fraquejou, desfez seus laços

E por que?
Me diga, por que?
A resposta cala diante de meus olhos.
As ações me assustam. Por mais que eu minta
Dói
Sangra
Rasga

Mais questionamentos.
Por que???
Por que dói tanto?
Por que incomoda?
Por que faz falta o riso, o abraço?
A cumplicidade, a compreensão?

Estranho não é?
Uma coisa tão recente se tornar tão essencial
Segredos da humanidade
Um desligamento repentino
Uma mundança drástica

Um novo ciclo adiante
Novos laços, talvez?
Que seja feita a sua vontade

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ônibus a balançar.
Pessoas pensam, ouvem música, leem.
Eu leio Machado de Assis.
Grande escritor.
Mais de um século que partiu.
E ainda encanta.
ME ENCANTA.


Ônibus a balançar.
O barulho não me incomoda.
Trânsito, buzinas, transeuntes?
Tampouco.
Meu incomodo é silêncioso.
É íntimo. É interno.


Tento e consigo me distrair com Brás Cubas. Ah Machado de Assis!
Mas algo me puxa para a realidade de forma brutal.
Uma música.
A voz doce atravessa meus ouvidos e finda em meu peito.
Retiro os olhos do livro. Procuro de onde vem aquele som.
Atrás de mim há uma mãe e seu filhinho. Ambos de olhos azuis e rosto sereno. Poderia chamá-los de anjos, se assim quisesse.

A mãe, conta o verso de uma canção, esta que desconheço.
O garotinho, continua aquele aquele mesmo verso, dando sequencia à outro.


A bela mulher nota meu olhar.
Sorrio em sinal de aprovação
Ela sorri de volta.
Deve ter percebido que olhava para eles com emoção.
Pouso os olhos sob o livro.
Quero chorar.
A emoção toma conta de mim.
Essa ligação mãe-filho sempre mexeu comigo.


Ônibus a balançar.
Próxima parada, faculdade.
Nesta parada, meus anjos de voz doce se vão.
E nunca mais os ouvirei.

sábado, 11 de abril de 2009

Flor



Regue-me

Pense em mim como se fosse uma flor
Delicada, indefesa
Incapaz de fazer algo por si só
Passiva em seu espaço
Apenas esperando pelo calor do sol
Ou pelo refrescar da chuva

Regue-me
Cuide de mim e irei florecer
Molhe minhas raizes que ficarei, a cada dia, mais vistosa.
Pode minhas folhas
Sinta meu perfume
Retire meus espinhos
Pois assim, não espetarei o seu dedo

segunda-feira, 2 de março de 2009



Não escrevo porque sou covarde.
Escrevo pois não o tenho aqui.
As palavras são a melhor forma que possuo agora.
Elas que me transportam até você, fazem com que tenha seus olhos diante dos meus.
A junção das letras faz com que eu tenha seu rosto entre minhas mãos, seus lábios nos meus, o peso do seu corpo sobre mim.
Simples conjugações verbais transfomram meus sonhos em realidade

"Eu te abraço"
"Você esta ao meu lado"
" Faço carinho em você"

Por outro lado, as mesmas conjugaçõs me trazem à realidade...
Quarto vazio...
Meu braços abraçando no ar
A mão acena no vazio, sem tocar nada

Cadê você... Cadê você....

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Insônia


Mais uma noite insone
Os olhos ardem, num aparente sono
Mas a mente trabalha, fazendo que meu momento de descanso desapareça.

Penso em você
No que pode estar fazendo
Por que nao está comigo essa noite?

Sinto a presença da insegurança
Está ao meu lado
Sopra coisas em meu ouvido

Coisas que não quero ouvir
Que não quero aceitar
Possibilidades que este coração que tanto ama, não pode nem cogitar

Onde está você
Que não o vejo
Por que não está junto a mim?

Encontrou um outro alguém?
Será que cansou?
Já não tenho mais o seu amor?

Não faça isso
Não me faça sofrer
Será que nao percebe?

Que sem você, não durmo
Sem você, não sonho
E sem você, não vivo

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Uma conversa franca



Covarde!
É isso que você é: covarde!!


Por que esse medo de falar? Por que guardar as coisas assim? Por que simplesmente não solta tudo o que está preso?
De que adianta o silêncio, a quietude e a reflexão? Estão te levando a algum lugar? Ou só te mergulham no mar de insegurança e incerteza?



Queria que você mostrasse neste momento a força que sempre me mostrou.
A determinação e a capacidade de bater o martelo quando preciso.

Adoraria olhar para você e ver a confiança de volta aos seus olhos. Faz falta a sua atitude
A coragem de lutar por um ideal
E a capacidade de não demorar a resolver sua própria vida.


Vai esperar mais? Por quanto tempo?
O que falta para clarear sua cabeça?
Quando irá enfrentar esse medo??


COVARDE! - Grito eu, após o fim do diálogo comigo mesma. Fito meus olhos vermelhos mais uma vez e não gosto do que vejo.
Apago a luz. Não quero mais ver aqueles olhos.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ser Jornalista

Quando era pequeno, achava que ser jornalista era apenas ser o cara do noticiário.
Mas me enganei.
É algo muito além disso.



Ser jornalista é ser o portador da palavra, seja ela boa ou ruim.
É colocar a sua cara a tapa, pois pode ter certeza que nem todos acatarão suas ideias.
É ser claro, coeso e acima de de tudo, ético.
É mastigar informação, engolir fatos e digerir notícias.


Ser jornalista é ser como um cão farejador; que só cessa a procura quando localiza o osso enterrado.
É ter amor à leitura, à escrita e às imagens.
É dormir pouco e trabalhar muito.
É trabalhar muito e ganhar pouco.


E por fim, acima de tudo,
Ser jornalista é o que busco ser.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Você




Que está presente mesmo longe
Que se deita comigo, ainda que eu nao sinta o seu calor
Que acorda ao meu lado, mesmo quando eu olho pro lado e só vejo a parede

Você

Que faz dos meus dias mais felizes
Que acalma meu coração
Que acende a luz, quando tudo está escuro

Você

Que faz com que eu acredite no amor
Que me arranca sorrisos
E quem seca minhas lágrimas


Você

A esperança do meu futuro
A certeza do meu presente
A lembrança de um passado doce

Somente você

A quem entrego todos os meus sentimentos
A quem quero fazer feliz
A quem amarei além da vida

Envelhecer


Sabe do que sentirei mais falta quando envelhecer?
Da elasticidade da juventude. De como consigo hoje, me deitar em um canto da cama como se fosse um S.
Também fará falta a leitura sem óculos, a eficácia de meus anticorpos e a agilidade de minhas pernas.
Talvez, atualmente eu não dê tanto valor a vasta cabeleira que cobre a minha cabeça, mas quem garante que amanhã o cabelo branco e ralo não parecerá desconhecido aos meus olhos?
O colesterol não permitirá a pizza. O diabetes não aceitará o brigadeiro de panela.
Mas o tempo trará sabedoria. Histórias a serem contadas. Experiências para compartilhar.
Guardarei na memória os acertos e os erros de uma vida.
E esperarei pelo pôr do sol e numa varanda arejada, de mãos dadas com aquele que um dia, escolhi para seguir até o fim comigo.