quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Eu e o Amor

Quero continuar cega, pois assim enxergo as borboletas dentro da minha cabeça. E não me esqueço o quão coloridas e graciosas são.
Não sinto o cheiro de nada e assim quero permanecer, afinal a podridão não alcançará minhas narinas.
Tatear objetos já não me é possível. Que seja assim. O contato com o palpável tiraria a minha bela visão do abstrato.
Para que serve a audição sendo que a música que toca em minha volta é bem mais agradável que qualquer voz humana que possa me puxar à realidade!
Se a brisa é quente ou fria não posso afirmar. Há tempos que não tenho noção de sensibilidade.
Quero um chocolate amargo. Na minha boca, ele será o mais doce de todos.
e por favor, me deixe assim.
Por mais idiota que pareça, permita-me isso, pois estes são os sintomas de amar.
Sou cega, perdi o olfato, a sensibilidade. Não escuto e meus sentidos estão trocados.
Não me julgues doente ou louca.
Apenas amo.
Amo incondicionalmente, de forma que perdi juízo. Ainda sim, para que preciso de realidade? Por que queres que eu veja o mundo como tu vês?
Guerras, tragédias, mortes, sentimentos negativos... E me tens como louca só porque amo?
Não me julgues. Carrego dentro de mim mais puro e verdadeiro dos sentimentos. Não faço mal a ninguém. Muito menos a mim.
Simplesmente amo.

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